REVIEW: Monitor Audio Silver 200 e comparativo amplificadores

Monitor Audio Silver 200 com Dayens Menuetto atrás

Vários clientes têm “reclamado” pela ausencia de reviews das novas Monitor Audio Silver 6G (e outros produtos). A verdade é que escrever sobre estes equipamentos com algum grau de confiança requer algum tempo para experimentação que por vezes não existe. Ao mesmo tempo têm aparecido na loja muitas (boas) novas soluções que precisam de ser testadas e respetivas combinações, que por vezes parecem não ter fim. Adiante.

Queria começar por abordar um assunto que é pouco falado mas não é propriamente segredo. O som que ouvimos na loja ou no audioshow é normalmente diferente do som que ouvimos em casa. O primeiro tem um volume elevado, procura chamar a atenção e causar o máximo impacto num curto espaço de tempo. Muitas vezes, por uma questão de gosto ou por respeito aos vizinhos e familiares ouvimos música a volume médio ou baixo (por vezes muito baixo). Apesar da diferença de volume queremos obviamente replicar a emoção e expressão musical full range em nossas casas. É aqui que precisamos de ter algum cuidado na escolha do equipamento. Alguns sistemas perdem corpo, detalhe e/ou dinamica quando usados a baixos volumes.

Ao lançar as Silver 200 e as 300 a Monitor Audio criou nitidamente duas abordagens distintas. As Silver 300 são colunas ambiciosas capazes de ‘pirotecnia’, música impactante, envolvente, altamente dinamica. Ideais para impressionar num audioshow ou encher uma sala grande (50m2 sem problema), e para isso precisam de amplificador a condizer. As Silver 200 são colunas bem mais pequenas e contidas no seu entusiasmo. São colunas impactantes, dinamicas e com grave extenso para o seu tamanho. São colunas desenhadas para tocar em salas mais pequenas do que as antecessorias Silver S6, mais limitadas na amplitude dinamica e extensão do grave. Onde perderam em pirotecnia ganharam em musicalidade e facilidade de amplificar. São colunas muito rápidas e quando digo rápidas, não quero dizer nervosas nem atrapalhadas. Permitem-nos ouvir os silencios entre as notas dos instrumentos e inspecionar assim a arte dos músicos. As Silver 200 são colunas para ouvir música, e não para ouvir sons ou frequencias. Permitem-nos ligar o sistema e simplesmente ouvir música sem estar a pensar no sistema. E são especialmente interessantes para ouvir música a volumes médios e baixos mantendo toda a integralidade do conteúdo, algo que a maior parte das colunas falha.

Amplificadores em teste com as Silver 200: Synthesis Roma 96DC+ (not shown), Dayens Menuetto, Creek Evolution 50A, Emotiva PT-100 + A-700, Hegel H80 e Roksan K3

Posto isto, que amplificador escolher para as Silver 200? Um amplificador que potencie as suas qualidades a volumes baixos? Um amplificador que consiga extrair delas a ‘pirotecnia’, sacrificando ou não a qualidade a volume baixo? Testei vários amplificadores usando como fonte, maior parte do tempo, um Bluesound Node 2 a ler TIDAL (alguns MQAs) e a alimentar por cabo coaxial digital um fantástico DAC Metrum Amethyst.

 

Synthesis Roma 96DC+

O ROMA 96DC+ é dos melhores amplificadores que conheço a tocar a baixo volume. No entanto, ele dá-se melhor com colunas faceis, crossovers descomplicados e de preferencia duas vias apenas. É quase impensável juntá-lo a umas Silver S6 ou a umas Silver 300 mas com as Silver 200 funciona lindamente. Basta uns segundo para perceber que estamos perante uma combinação especial. Musicalmente encantador e fácil de gostar, o conjunto mantém o corpo e quantidade de grave mesmo a volumes baixos. Com 25W em classe A, não está desenhado para a tal pirotecnia mas enquanto ele é limitado nesse aspeto consegue brilhar incrivelmente bem na utilização doméstica mais habitual. A versão “+” inclue também entradas digitais.

 

Dayens Menuetto

Eis que entra em cena um novo concorrente na forma do pequeno amplificador sérvio Dayens. A marca construiu um amplificador de 2x50W a 8ohm com componentes de alta qualidade (ex.: condensadores Mundorf) que são raros mesmo em equipamentos de milhares de euros. A sua construção ainda tem um toque de artesanal e é muito pobre em termos de funções. Ele apoia-se claramente na máxima de less is more, com apenas 4 entradas RCA, um botão de volume e um seletor de entrada. Por 990€, este amplificador é um achado! Os seus 50W são bem suficientes para as Silver 200 e consegue um equilíbrio muito bom entre os vários volumes.

 

Creek Evolution 50A

Desde há muito tempo um dos favoritos aqui na VilaSound, o Creek perde ligeiramente em termos de corpo e detalhe relativamente ao Dayens. O Creek é no entanto ligeiramente mais potente e a sua construção é bastante mais amadurecida em termos de aspeto e apresenta também entradas XLR, saídas pré-out e entrada AV direct, controlos de tonalidade, painel OLED e possibilidade de acrescentar módulos Tuner, DAC ou Phono.

 

Emotiva PT-100 + A-700

Temos pela primeira vez a oportunidade de experimentar algumas peças da Emotiva, uma marca que começou pequena mas parece que veio para ficar. O pré amplificador PT-100 devia ser combinado com o amplificador A-300 mas este não estava disponível e resolvi testar o A-700 em stereo. Este conjunto fica, na minha opinião atrás dos restantes mas toca também muito bem e constitui uma opção altamente competente, especialmente se considerarmos que o pré amplificador oferece rádio FM, pré-phono MM e MC, entradas digitais ótica, coaxial e USB. O amplificador de potencia permite amplificar 7 canais, com capacidade de entregar 80W em simultaneo.

 

Hegel H80

O Hegel H80 tem sido uma das principais referencias acima dos 1500€. Com as Silver 200 ele não desilude e consegue potenciar a musicalidade das colunas com a sua fluidez e com o som ‘líquido’ que o caracteriza. A sua amplificação atinge um nível mais ‘completo’ no sentido em que consegue tocar bem a qualquer volume. É um bom salto qualitativo relativamente ao Creek e aproximando-se imenso do Roksan K3, com a vantagem adicional de ter entradas digitais ótica, coaxial e USB.

 

Roksan K3

O Roksan K3 é quanto a mim a solução mais completa em termos de amplificação. Sendo excelente a transformar as dóceis Silver 200 em colunas de maior porte com grande vivacidade e dinamica mas ao mesmo tempo capaz de transferir a emoção da música mesmo a níveis baixos de volume. Em termos de solução global não tem entradas digitais, necessitando assim de uma fonte à altura. O K3 é um amplificador completamente diferente da sua versão anterior, o K2, sendo mais competente a todos os níveis (corpo, dinamica, transparencia, controlo). Sabendo que a Roksan foi recentemente adqurida pela Monitor Audio (antes do lançamento do K3 e do Blak) esta feliz combinação não é uma completa surpresa.

 

Conclusão

Estes amplificadores foram escolhidos porque são alguns dos que considero estarem na vanguarda do que se melhor constroi dentro destes preços. Todos eles já “venceram” outros comparativos que vou testando e todos conseguem por as Silver 200 a tocar lindamente. Ao colocar uns contra os outros percebemos as vantagens e desvantagens de cada um deles e que normalmente a melhor qualidade trás um preço a condizer. A escolha do amplificador certo irá sempre depender da utilização que se dá, gosto pessoal e tipo de fonte de sinal usada. O ideal mesmo é ouvir, como sempre.

 

Tabela de preços

Metrum Amethyst: 1295€
Synthesis Roma 96DC+: 1790€
Dayens Menuetto: 990€
Creek Evolution 50A: 1050€
Emotiva PT-A100: 449€
Emotiva A-700: 899€
Hegel H80: 1700€
Roksan K3: 1700€

 

Gustavo Rosa

 

2 pings

  1. […] Ecstasy III pretende ser um tomba-gigantes, e é de facto muito impressionante, tal como o Menuetto já nos tinha impressionado. O Ecstasy III não tem pré-phono, DAC, streamer, bluetooth, saída […]

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