Comparativo: STREAMERS Cambridge Audio, Cocktail Audio, Bluesound e Olive One

Conseguímos reunir na VilaSound, Som & Imagem uma coleção excelente de Streamers/armazenadores de música digital. Na nossa opinião, este tipo de aparelho chegou finalmente a um nível satisfatório em termos de fiabilidade, facilidade de manuseamento e, mais importante, qualidade de reprodução sonora.

 

Na nossa sala de demonstrações temos 4 soluções de serviço musical com diferentes abordagens. Todos foram testados usando ligação ethernet à música partilhada na rede (Mede8er 800X3D ligado ao router). Foram testados usando a ligação digital ao Esoteric K-07X (a fazer de DAC) e também usando a ligação analógica RCA diretamente para o amplificador integrado. Foi também testada a capacidade de tocar conteúdos em cloud como Spotify ou Tidal.

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Cambridge Audio CXN, Cocktail Audio X40, Olive One e Bluesound Vault

 

cacxnO mais famoso dos 4 será provavelmente o Cambridge Audio CXN. Este fabricante investiu no streaming há já uns bons anos com o seu primeiro, o NP30. Entretanto já lançaram duas versões do Stream magic e agora o CXN e o Azur 851N.

O CXN apresenta-se muito bem, com um nível de acabamentos bem concebido, instalação/utilização rápida e intuitiva. Imediatamente encontrou a música partilhada na rede, os menus e clicks apresentam um tempo de resposta muito rápido. O painel OLED é muito bom mas sentado na cadeira precisamos mesmo da App para navegar os conteúdos pois as letras são pequenas. Por sua vez a App é muito simples e eficaz de usar. O CXN faz juz à sua fama e é um no-brainer no que diz respeito a um Streamer honesto para o preço que faz o que se pretende.

PVP: 1098€

Positivo: Interface simples, rápido, intituitivo e bug-free. Qualidade das saídas analógicas.

Negativo: Sem drive CD. Os serviços de streaming como o Spotify são acedidos pelo smartphone/table e transmitidos via airplay, em vez de diretamente pelo CXN. DSD só via USB.

 

 

 

cocktailaudiox40O Cocktail Audio X40 apresenta um conceito um pouco diferente. Pretende substituir um leitor de CD ao mesmo tempo que permite aceder a música da rede e armazenar música localmente. A instalação é relativamente simples mas menos rápida e intuitiva do que o CXN. Como leitor de CD, diria que tem a qualidade semelhante a um bom leitor de CD na gama de 1000-1300€. Tendo um disco duro interno podemos ripar os CDs e até fazer gravações da música que acedemos online. O X40 tem saídas analógicas balanceadas, HDMI, entrada pre-phono MM e até pré-amplificador analógico e digital. Permite também partilhar a música armazenada no seu disco. A longa lista de funções pode ser consultada no site Cocktail Audio. O painel LCD apresenta letras grandes que consigo ler da cadeira, bem como a capa dos albuns, enquanto estou a ouvir música, podendo assim ser controlado apenas com o seu comando à distancia.

PVP: 1699€

Positivo: Quantidade de funções! Qualidade das saídas analógicas. Saída para auscultadores. Inclui pré-amplificador

Negativo: Interface menos “polido” do que os concorrentes. O comando parece ter “butões a mais”.

 

 

 

oliveone-2O Olive One tem o design mais apelativo e é o único que apresenta um LCD de táctil de grandes dimensões que tornam a sua utilização muito diferente da dos outros. É também o único que tem um amplificador, com 2x32W, que o permite ligar diretamente a um par de colunas. O Olive trabalha assim como um aparelho autónomo auto-suficiente ao contrário dos anteriores que também funcionam como DACs (Conversores digital-analógico) aos quais podemos ligar outras fontes de sinal.

A sua utilização torna-o muito interessante na medida em que torna a nossa coleção digitalizada mais “palpável”. Longe do aparelho podemos usar a sua App de forma extremamente fácil pois ela é um espelho exato do interface do próprio Olive.

PVP: 860€ (c/ disco de 1TB), 737€ (s/ disco), 983€ (c/ disco duro de 2TB).

Positivo: Preço, design, bluetooth incorporado, disco duro interno. Amplificador competente incluído. Reduzidas dimensões. Funcionamento silencioso (apesar de conter disco duro).

Negativo: Sem drive CD. Sem entradas digitais. Não tão rápido como os seus concorrentes.

 

 

 

bluesoundvaultA Bluesound é uma empresa criada de raiz pelo grupo NAD para desenvolver soluções streaming. O Vault é o modelo que permite ripar, copiar, armazenar e partilhar música internamente (disco 2TB), bem como aceder a música partilhada e a serviços de streaming online. O seu interface e app são muitíssimo evoluídos – rápidos e intuitivos. É o único que acede aos serviços de streaming (Spotify, Tidal, Deezer, etc) diretamente.

Possui também a função de indexação que procura toda a música partilhada e constroi uma única biblioteca de música (música partilhada e armazenada no disco). A drive de CD não permite reprodução de CD, apenas ripping.

Pessoalmente agradou-me em particular a velocidade de navegação e especialmente a qualidade de reprodução. A Bluesound possui ainda os modelos Node (sem disco duro) e Power Node (sem disco duro mas com amplificação). Todos os modelos podem aceder ao Vault e inclusivamente podem tocar musicas distintas, permitindo facilmente fazer uma instalação multi-room.

PVP: 1099€
PVP: 499€ (Node)

Positivo: Qualidade de reprodução de conteúdo online/partilhado na rede. Capacidade de processamento elevadíssima. Funcionamento silencioso (apesar de conter disco duro). Disco duro de 2TB

NEgativo: Estética. Sem entradas digitais. Ainda não reproduz DSD (a Bluesound promete lançar firmware DSD-capable). Sem Wi-fi (embora para mim não seja uma desvantagem pois todos estes aparelhos funcionam melhor usando o cabo ethernet, tanto em qualidade como fiabilidade).

 

 

Vault 2

Entretanto a Bluesound prepara-se para lançar novos modelos que resolvem alguns dos aspetos negativos destes equipamentos, ao mesmo tempo que melhoram ainda mais a capacidade de processamento. O Node 2, Power Node 2 e Vault 2 prometem alterar significativamente a forma como construímos os sistemas hi-fi.

 

 

 

 

 

Notas finais: Todos os equipamentos permitem a audição de música com estatuto de hifi. Todos eles tocaram logicamente melhor quando ligados a um DAC de alta qualidade, usando uma saída digital. As saídas analógicas de todos eles, no entanto, são altamente competentes e nunca esperaria melhor qualidade para os seus respetivos preços. Felizmente, não tenho de escolher um vencedor pois embora sejam todos streamers cada um tem a sua identidade específica que irá apelar a utilizadores com exigencias e necessidades diferentes. É muito difícil fazer uma análise exaustiva de 4 streamers pois todos eles apresentam uma lista extensa de funções e particularidades e por isso muitas foram omitidas por opção ou esquecimento.

Uma menção honrosa fica para o Mede8er 800X3D (com disco WD 1TB)  que foi testado ao máximo e nunca soluçou. Chegou a ter em simultaneo 2 streamers a tocar música em formato HD (em salas diferentes) ao mesmo tempo que reproduzia um Blu-ray ISO de 45GB na sala de cinema (!).

 

Gustavo Rosa

3 pings

  1. […] defeitos que coloquei na primeira geração  (estética, ausencia de entradas e bluetooth – ver review) foram todas resolvidas resultando num produto particularmente […]

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